Boa tarde!
O IS está atento à grande notícia da noite de domingo: a eleição de Dilma Rousseff para succeder Luiz Inácio Lula da Silva. De certa forma, o fato não é uma novidade. Prova disso é o texto que segue abaixo. Foi escrito por Aroldo José Marinho em 2009, no blog por ele editado.
A postagem original pode ser acessada na referência www.harold-joseph.blogspot.com/2009/03/o-mundo-de-dilma.html.
Boa leitura!
06 Março 2009
Então agora é verdade: o governo federal acredita que Dilma Rousseff poderá suceder o presidente Lula no comando da nação. Antes, o que havia era só especulação e tentativa de advinhação. Porém agora é fato. Tanto é que, mesmo que, de forma velada, a ministra-chefe da Casa Civil já está em campanha.
Conheço pessoas que têm restrição ou que não acreditam na candidatura da ministra. Para dar peso ao que pensam, tais pessoas enfatizam que em nenhuma pesquisa Dilma foi citada como sendo a preferida do eleitorado.
Pessoalmente, penso que quem não acredita ou apresenta restrição à ministra Rousseff, está equivocado. Ou, no mínimo, raciocina de maneira apressada. Neste caso, vale lembrar o dito popular que afirma ser a pressa a inimiga da perfeição.
É verdade que a ministra não apareceu na liderança de votos em nenhuma pesquisa. Todavia também é verdade que ela começou a subir nas intenções de voto. Vale lembrar também que a candidatura dela é a única que não sofre rejeição em nenhuma das classes sociais entrevistadas. Esse dado é importantíssimo.
O presidente Lula tem pretensões altíssimas para o caso da candidatura de sua ministra preferida emplacar. Além de manter no poder uma pessoa de sua confiança, ele terá certeza de haverá a continuidade de seu projeto político. Será lembrado também como o político progressista que apostou na competência feminina.
Talvez muitos cidadãos sejam tentados a pensar que bastou Lula escolher Dilma como sua candidata do coração e pronto. Não foi bem assim! Não é assim que as coisas acontecem. Primeiro, o presidente teve que desarmar os espíritos e as pretensões dos presidenciáveis do Partido dos Trabalhadores (PT). Foi preciso pacificá-los. E isto ele fez. O passo seguinte foi convencer o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) a apostar numa mulher cujo perfil não apresenta afinidade com a prática política comumente associada a este partido.
Os companheiros do PMDB toparam a parada e se alistaram como soldados leais na causa de Dilma. Prova disso é a atuação dos senadores do partido para não deixar que a ministra fosse inibida em alguma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Há senadores da oposição que utilizam essas comissões para tentar causar danos às figuras de proa do governo Lula. Alguém lembra da tentativa estúpida do senador José Agripino Maia (DEM-RN) de querer humilhar a ministra numa CPI? O cara tem motivos para lamentar o tiro dado no pé.
Já ouvi algumas pessoas afirmando que a senhora Rousseff terá que passar por uma "reforma" de perfil. Conhecida como uma pessoa dura, que preza a eficiência e pouco avessa à tolerância, Dilma entende que sua imagem pouco acessível não lhe fará ir a nenhum lugar. Inteligente, tomou providências: as fotos recentes dão a entender que ela fez cirurgia plástica; mudou o penteado; tira os óculos nos momentos de descontração e que está se esforçando para ficar a vontade em qualquer situação.
Todos esses esforços visam fazer da eficiente ministra a herdeira natural do legado de Lula. Nesse sentido, Dilma está sendo preparada para ser vista pelo eleitorado como a imagem e semelhança do líder operário, para continuar com o carisma lulista. Contudo os críticos do presidente e de sua eleita consideram a batalha perdida. Será que eles têm razão?
Particularmente, aposto no erro dos críticos. Considerando que muita água, ainda, há de rolar por baixo da ponte da sucessão presidencial, as afirmações não podem ser fechadas ou definitivas. Oficialmente, não existem candidatos nem pré-candidatos à presidência da república. Tudo é especulação! Mas assim que a campanha começar, muita coisa terá ocorrido. O governo federal poderá colher os frutos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que, por tabela, serão debitados na conta da senhora Rousseff. Vale lembrar que ela é a "mãe do PAC".
Além disso, não dá para negar que a ministra tem o perfil que agrada às pessoas que acreditam na força da democracia. Dilma combateu a ditadura como guerrilheira. Foi presa e torturada. Nunca compactuou com os governantes anteriores à sua ida para o poder. Entrou no governo por causa de sua competência técnica. Depois é que ela ocupou espaço na cena política. Por fim, a ministra é a presença feminina no governo brasileiro. Da mesma forma que a vitória de Barack Obama, nos EUA, a eleição de Dilma Rousseff será um marco na vida política brasileira.
Aroldo José Marinho
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