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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Sempre vivo

Alguém sabe que dia é hoje? O coração católico avisa: dia de Nossa Senhora da Conceição! Feriado nas cidades de Abaetetuba (PA) e Sapucaia do Sul (RS), cidades que têm a santa como padroeira.

Todavia, o coração amante da boa música e pacifista lembra que foi no dia de hoje de 1980 que assassinaram John Lennon, pai de Julian e Sean. Ele voltava junto com a esposa Yoko Ono das sessões do disco que planejar lançar no ano seguinte. Quando se aproximavam do edifício Dakota, em Noa York, onde moravam, foram abordados por um estranho.

O cara pediu um autógrafo, recebeu e se afastou. Depois atirou várias vezes nas direção de John. O desfecho é conhecido de todos. Por não ser fã da tristeza, o IS, presta homenagem ao grande John por tudo que ele fez pela música com os Beatles e em carreira solo. Longa vida para o nosso ídolo!!!

Segue abaixo texto de Tiago Farias. Foi publicado na edição de hoje do jornal Correio Braziliense.

Aroldo José Marinho 



Sempre vivo
Trinta anos após a morte de John Lennon, a trajetória do ex-beatle volta à cena em filmes, livros e discos remasterizados

Tiago Faria


Na tarde de 8 de dezembro de 1980, o fotógrafo amador Paul Goresh cumpriu um velho ritual: na esquina da Rua 72, em Manhattan, juntou-se à aglomeração de fãs que aguardavam pacientemente por um autógrafo de John Lennon. Ele próprio um beatlemaníaco, Paul tinha o hábito de papear com devotos que faziam longas viagens para pousar na portaria do apartamento do ídolo. Conversou, naquele dia, com um homem que chegara do Havaí com uma cópia do álbum Double fantasy. Se chamava Mark David Chapman. Quando o astro finalmente apareceu, o admirador ergueu a capa do vinil e conseguiu a assinatura. “É só isso que você quer?”, perguntou o ex-beatle. Câmera a postos, Paul flagrou o encontro.

A poucos minutos das 23h, Lennon voltava para casa a pé quando foi atingido por tiros. Ao ouvir a notícia de que o assassino era um “fã do Havaí”, Paul telefonou para a polícia. “Percebi imediatamente quem era. Você não pode imaginar o quanto de nojo e raiva eu senti”, comentou, 30 anos depois, ao cineasta inglês Michael Weldman. O depoimento raro está registrado no documentário The day that John Lennon died, produzido para a tevê britânica, que remonta um dos dias mais trágicos da cultura pop. A fotografia de Paul Goresh se tornou vestígio de um trauma que ainda intriga os fãs. “No mundo inteiro, a notícia da morte de Lennon congelou o tempo”, comentou Michael ao jornal The Guardian.

O assassinato do cantor, então com 40 anos de idade, interrompeu a fase mais tranquila de uma carreira solo tão extensa e intensa (mas menos produtiva) quanto a trajetória do quarteto de Liverpool. Hoje, após exatas três décadas, continua a render homenagens, livros e filmes. Nesse “revival”, a carreira solo do ídolo ganha especial atenção. Desde a despedida dos Beatles, em 1970, John refez a própria identidade: enquanto Paul McCartney aceitava de bom grado a persona de “rock star”, o ex-parceiro passou a ser conhecido como o poeta radicalmente sincero, o ativista político e o marido dedicado. O impacto da tragédia, no entanto, obscureceu uma discografia que, ainda hoje, fica à sombra do repertório dos Beatles.

Coletânea

Essa temporada solitária está de volta às prateleiras em versão remasterizada, sob supervisão de Yoko e dos engenheiros Allan Rouse, do estúdio Abbey Road de Londres, e George Marino, do estúdio Avatar de Nova York. O projeto John Lennon — Gimme some truth, lançado em comemoração ao aniversário do músico (que completaria 70 anos em outubro), inclui ainda coletânea Power to the people: the hits. Na gringa, a caixa The John Lennon signature box inclui EP com seis singles e o CD Home tapes, com 13 registros caseiros, inéditos, de faixas gravadas nos anos 1970. “Ao remasterizar 121 faixas de sua carreira solo, espero também que aqueles que já conhecem o trabalho de John renovem sua inspiração nos dons incríveis dele como letrista, músico e no seu poder como comentarista da condição humana”, afirmou Yoko, em comunicado oficial.


A “lennonmania”, que se instalou no mercado brasileiro, inclui livros como John Lennon — O ídolo que transformou gerações, de Gary Tillery, e o filme O garoto de Liverpool, em cartaz nas salas de Brasília. Nos produtos que invadem o mercado, o que se ressalta é a fúria criativa e o destemor do ídolo, que combateu as fórmulas da indústria musical para garantir o direito de se mostrar por inteiro ao público. O saldo dessa guerra está registrado em obras-primas como Plastic Ono Band e Imagine. Um legado que o tempo só faz engrandecer.

Um comentário:

Absinto Muito disse...

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