Boa parte da imprensa criticou a lista de jogadores que Dunga vai levar para o mundial na África do Sul. O descontentamento começou pelo espírito bairrista muito presente na mídia esportiva. Os jornalistas do Rio de Janeiro não aceitaram que Grafitte seja membro da equipe em vez de Adriano. A turma de São Paulo, não perdôou Dunga pelas ausências de Neymar e Paulo Henrique Ganso.
Como sempre, a opinião pública foi na onda da imprensa e fez coro aos protestos. Talvez este tenha sido o tema principal do noticiário da semana. Mas e daí? Isso contribuiu para o progresso da saúde e educação em nosso país?
Já que muitos comentaram as ausências da convocação, também darei minha pequena opinião. De cara, informo que nunca tive simpatia pelo treinador Dunga. Treinador? Me digam quantas equipes ele treinou antes de comandar a principal seleção do país.
Acredito que ele foi correto ao deixar Adriano fora da lista. O centroavante do Flamengo tem se revelado um garoto problema exemplar. Volta e meia, está brigando com a namorada ou com fotógrafos. Tudo isso em via pública. Quando a tristeza bate, falta aos treinamentos e vai se refugiar no álcool e na favela onde nasceu. Imagino que outros trabalhadores, não podem faltar ao serviço para curtir em paz as tristezas.Por que passar a mão na cabeça de Adriano?
Apesar desse comportamento estranho há jornalistas querendo que Adriano seja o atacante brasileina Copa. De repente, deu saudade de jogadores como Zico, Roberto, Sócrates, Tostão, entre outros. Gente que não dava problema fora do campo nem posava de estrela carente e preguiçosa.
E os dois jogadores do Santos? Sinceramente, não acredito que molecagem seja, necessariamente, sinônimo de talento. Que história é essa de querer humilhar jogadores adversários, querer fazer de conta que são seres ridículos? Aqui me vem na lembrança um jogo inesquecível: Santos 3 x 4 Palmeiras. E tome dança de Armero! Sensatez é coisa boa para qualquer novato de qualquer profissão aprender.
É pouco? Lembro um fato. A direção do Santos combinou uma visita do time a uma instituição que cuida de crianças carentes. Ninguém foi contra a idéia. Porém, ao chegar na instituição, jogadores como Neymar e Ganso se recusaram a entrar na instituição. Motivo? A instituição é mantida por uma entidade espírita. Essa notícia fez mal aos dois, que são muito apegados às suas posturas de fiéis protestantes.
Não tenho dúvidas. Essa atitude é uma mostra de que a hipocrisia também sabe se disfarçar e fazer de conta que é um princípio religioso. E a cidadania, onde fica?
Em vez de ficar pensando em premiar jogadores com pouco senso profissional. Em vez de ficar mascarando as situações politicaamente incorretas, acredito que é o momento de se tentar resgatar a ética no futebol de nosso país e deixar as bobagens de lado.
Aroldo José Marinho
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